Passo a passo no desenvolvimento da autonomia!

Este mês é dedicado ao valor Autonomia! Todos os pais esperam que o seu filho seja autónomo, que faça actividades sozinho...a autonomia conquista-se a cada passo que a criança dá no seu desenvolvimento, suportada pela família que a apoia e estimula!

Na primeira infância que entusiasmo é para a criança e para os pais o gatinhar e o andar, pois permite à criança afastar-se e explorar bocadinhos maiores do mundo à sua volta. Afasta-se mas também volta para os pais para partilhar com estes as suas novas descobertas. Os pais entusiasmados com as maravilhas que a criança faz sorriem e dão-lhe o apoio e o olhar de contentamento e aprovação que a criança necessita. Com o início da linguagem vem o tão famoso "Não!" que é repetido vezes e vezes sem conta, porque a criança tem algo a dizer, sobretudo que não que não quer, que não faz. Mais tarde, com frases mais completas a criança expressa a sua opinião e dá ideias, que se forem valorizadas desde cedo ajudam a criança a desenvolver quer a criatividade quer o seu espírito crítico e de análise. É importante deixar a criança expressar as suas ideias, opiniões, e também pedir que o faça, numa atitude de contributo e de partilha mesmo que a opinião não seja a que vai prevalecer.

O comer sozinho a sopa, vestir a roupa e calçar os sapatos, ir fazer recados são pequenas tarefas que têm grande impacto na autonomia e na forma como a criança se vê, pois não depende dos outros, já não é bebé, já consegue fazer sozinha e se precisar de ajuda os pais estão lá atentos para a ajudar. Nos desenhos, nos recortes estão implícitas decisões e opiniões sobre as cores a utilizar, o que recortar, com que finalidade. O estímulo e a valorização, o elogio ao trabalho mesmo quando não conseguido, valorizando sobretudo a tentativa é muito importante para a criança, sobretudo se vier dos seus heróis: os pais.

Com a adolescência vem um grande salto quer para o adolescente quer para a família. Nesta fase a autonomia é muito valorizada, sobretudo pelo adolescente que quer se distanciar da família e aproximar do grupo de pares. Quando existe um ambiente seguro e de diálogo o adolescente partilha as suas dúvidas, dá a sua opinião e os pais valorizam a sua independência (que é controlada).

Com a autonomia vem a responsabilidade. Se a criança tem que se levantar e vestir para ir para a escola, mas em vez disso vai ver televisão primeiro, ou se lhe é pedido para ir comprar pão e a criança traz rebuçados é importante ajudá-la a ganhar responsabilidade e a pensar que ser autónoma é ser responsável.

No longo caminho que é o desenvolvimento, passo a passo, sempre com a ajuda da família e de outras figuras importantes (escola) a criança vai conquistando a autonomia que necessita.

Eunice Cruz - Psicóloga