quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mês de Abril... Mês da Liberdade

Neste mês comemora-se um marco importante na história portuguesa, o dia da liberdade, da queda do regime, do poder de ser livre em pensamento e opinião...e precisamente por isso dedicamos o mês de Abril ao valor da Liberdade!
A liberdade é um direito, é um valor, mas o valor mais delicado... todos nós queremos ser livres, fazer o que nos apetece sem restrições, no entanto " A nossa liberdade acaba onde começa a do outro".
Um ser livre é um ser crítico, que tem opção de escolha e devemos educar as nossas crianças com essa consciência, de que elas próprias são um ser independente, com ideias, opinões... claro que inicialmente a liberdade da criança é uma liberdade controlada, e é-o porque queremos garantir a sua segurança e bem-estar. Aos poucos os pais vão dando opção de escolha naquilo que a criança pode efectivamente decidir (o que quer vestir, o que prefere comer, se quer lavar os dentes antes ou depois de ir para a cama). Ao darmos poder de decisão à criança temos que a ajudar a perceber o seu ponto de vista e o porquê da sua vontade não poder ser satisfeita naquele momento, no entanto ela foi livre de poder escolher.
Os pais devem ajudar a criança a pensar, a ser crítica, e quando a criança conversa com os pais e discorda, é bom, é sinal de que tem "espírito crítico", que não se acomoda. Os pais vão ajudá-la a aprender, dando valor à sua opinião, mostrando opiniões diferentes, e chegando a um acordo (nas crianças mais crescidas a família deve envolver a criança em algumas decisões). A liberdade tem os seus "quês", porque educar uma criança que tem um pensamento crítico, que é atenta ao mundo que a rodeia é muito mais difícil que educar uma criança que não tem opinião, é submissa.
Ser livre é também errar e aceitar o erro. Os pais ajudam a criança quando erra, transmitindo-lhe serenidade, porque errar é humano, o importante é aprender com o erro... não há seres humanos perfeitos, e por isso não há filhos perfeitos.
Nas crianças mais pequenas o trabalho é feito sobretudo no ajudar a serem críticas, a estarem atentas ao mundo que as rodeia, a deixar resolver os problemas, a serem criativas. Ouvir a criança, o que tem a dizer, pedir a sua opinião (em assuntos que efectivamente possa opinar), ajudá-la a ver outras opções. Por exemplo nos jogos e puzzles, podemos ajudar a criança, antes de tomar a decisão de que peça é ou qual vai jogar, a ver as opções e depois deixá-la escolher, se errar os pais lá estão para a apoiar e dizer que errar é natural, a perceber o porquê e errou e o que pode fazer de diferente para a frente.
Quando a criança começa a ser mais crescida, a família pode começar a dialogar abertamente, sem receios, onde a criança possa dizer o que pensa, sabendo que não vai ser criticada. Incentivar que a criança tome decisões (adequadas à idade), com responsabilidade, com os pais a ajudar a pesar os prós e contras. Ao incentivar à decisão o adequado é dizer à criança "eu ajudo-te a decidir", em vez do "tu é que decides".
Para terminar, deixo-vos uma sugestão: nesta época, em que vamos ter eleições antecipadas, os pais podem aproveitar para incentivar os filhos a irem com eles às urnas de voto, e aproveitar para explicar o porquê do votar, as vantagens, que quando não há liberdade não se pode emitir opinião.
Para o próximo mês vamos reflectir sobre o valor da Autonomia!
Eunice Cruz - Psicóloga